domingo, 30 de maio de 2010

Religiosidade

Na semana 7, a temática foi religiosidade. O trabalho foi embasado nas religiões de matriz africanas, o qual pode qualificar e ilustrar trazendo o
babalorixá Pai Neco de Oxum para uma conversa simples, clara e direta com a turminha.
Abordar essa temática foi muito importante tanto para mim quanto para o relacionamento que vou ter com meus alunos a partir desta semana, pois foi um meio de tornar-me mais próximas da realidade deles fora da escola.
Percebi que uns mesmo sendo pequenos orgulham-se da religião que seus pais estão os orientando a seguir, outros envergonham-se e não gostam de falar, por receio de serem alvo de chacota e discriminação.Esse segundo grupo de alunos me preocupa, porque são esses que hoje causam problema na sala de aula, no recreio,...enfim no ambiente escolar, provavelmente se não forem bem esclarecidos quanto a questão da religiosidade, dentre tantas outras, serão os que causarão problemas também futuramente na sociedade e para si mesmo.
Alunos discriminados e com problemas de auto-aceitação representam problema para escola, por causa de seu comportamento agressivo, isso implica a receptividade da escola, relação professor aluno e da relação na sala de aula.
Nesta semana de trabalho na qual busquei parceria, me aproximei e deleguei responsabilidades específicas, percebi o quanto é importante a escola dar continuidade a trabalhos como esse que desenvolvi envolvendo valores, preconceitos e relações humanas, pois para a maioria das crianças, a escola é o único espaço para a socialização.
"Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração
sobre os teus rebanhos" Provérbios de Salomão, 27.23

terça-feira, 25 de maio de 2010

Trabalho em equipe

Na semana 6,realizei diversos trabalhos em grupos, e uma das orientações que dei para a turminha foi a seguinte: “ Façam com capricho, pois o trabalho será o espelho de vocês, isto é, quem ver ou ler conhecerá cada um de vocês.”
Os alunos estão eufóricos e orgulhosos por fazerem parte da primeira turma da escola a ter um blog, então existe a preocupação com a perfeição e qualidade. Na segunda, que é o dia em que trabalhamos no Labin, um aluno ao ler a postagem de um colega manisfestou-se indignado: “ Olha aqui profe. o que o fulano fez!!! Agora as pessoas vão pensar que todos nós não sabemos escrever!
Fui olhar, era um apenas um erro de ortografia daí disse: “ Ahh, o teu colega se enganou realmente, mas isso acontece com todo mundo. Esse pequeno engano, a gente pode resolver reeditando a postagem.”
O uso de determinadas palavras são fundamentais para a edificação da auto-estima de uma criança, por exemplo, quando substitui a palavra erro pela palavra engano, percebi um certo ar de alívio na face do aluno editor da postagem. Nas próximas para edições ou quaisquer outras tarefas que esse aluno for realizar, acredito que não se sentirá incapaz, ao contrário vai estar mais confiante e principalmente atento.
Também fizemos um painel sobre a Copa do Mundo de 2010, o qual ficou muito lindo e por isso merece destaque neste espaço.
Por fim, outro momento de satisfação e aprendizagem para mim na semana foi o trabalho desenvolvido de forma interdisciplinar, as tarefas buscas do dia 17/05, desencadearam atividades de Artes, Português e Geografia, na sequencia também História e Matemática.
Aposto na interdisciplinaridade, porque acredito que o conhecimento não acontece de modo fragmentado, é um processo amplo e abrangente, ou seja, ele não se concretiza por um único caminho. É preciso ter uma visão do todo para que haja a compreensão de uma parte.
Apostar na interdisciplinaridade, foi um achado na minha prática, já que é um meio também, de manter os alunos motivados em sala de aula.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Meus lindinhos na Web

Na semana 5 duas atividades diferenciadas foram realizadas na turma 42, assistimos o filme Kiriku e a feiticeira que se passa em uma aldeia africana e que envolve no enredo valores como verdade, força, inteligência, dignidade e amizade. Esse filme também retrata a boa relação que o personagem principal tem com a mãe, relação essa que envolve amor, compreensão e confiança. A outra atividade foi a construção de um blog para a turma, no qual eles irão registrar as aprendizagens e produções referentes aos estudos sobre o Continente Africano.
Depois que assistimos o filme, o explorei gramaticamente e refletimos sobre as temáticas apresentadas, essa reflexão me levou a perceber mais um papel que o educador abraça na atualidade “desenvolver valores nos educandos”. Falo na atualidade porque os principais valores que até hoje trago comigo foram construídos em casa com minha família, e hoje, não percebo meus alunos vindo com essa bagagem de casa.
Então, além de letrar, desenvolver habilidades e os capacitar para o exercício da cidadania, devo promover situações nas quais os alunos percebam que é importante crer em algo e cultivar sentimentos no coração.
O blog da turma. Em sala de aula expliquei o que era e como funciona um blog, no Labin o criamos, algumas produções foram digitadas no Word, mas só serão publicadas assim que os autores trouxerem as autorizações para uso de imagem.
O endereço do blog, que ainda está em construção é:
http://meninosdoalvaro.blogspot.com/2010/05/turma-42.html
Nosso Labin está em funcionamento há dois anos, então seu uso ainda é bastante limitado pelos demais professores, mas eu programei usar este espaço pelo menos uma vez por semana, porque acredito que usando as tecnologias como instrumento de aprendizagem e acesso a elas, é uma forma de agilizar e ampliar a troca de informações e entendimentos de idéias propostas. Claro que até preparar os alunos para essa consciência vai demorar alguns dias, nestes primeiros momentos estou deixando eles conhecerem e perderem o medo da máquina, estão na fase da curiosidade. Por fim, proporcionar uma formação aos alunos, na qual eles dominem as tecnologias não significa que estamos formando sujeitos desumanos, e sim preparados para interagir com as modernidades de seu tempo.com chegar a desenvolver.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Valorizando saberes.

Na semana 4 a atividade que posso considerar como símbolo de minha aprendizagem foi uma interpretação, sim uma tão comum e necessária interpretação.
Primeiro os alunos apreciaram uma música, na sequência solicitei que interpretassem alguns versos conforme sua compreensão e os conhecimentos que possuíam, porém esta interpretação não foi corrigida por mim como o de costume, disse a eles que teriam a oportunidade de saberem se o que tinham escrito estava ou não na próxima aula onde entrevistariam o autor da letra.
À medida que o entrevistado ia respondendo, alguns alunos iam falando “Bahh, errei!”, daí eu dizia que nem tudo do que tinham escrito estava de todo errado “Veja essa palavra tem sim haver com o que o entrevistado falou, por tais e tais motivos”. Essa minha intervenção foi uma forma de valorizar a bagagem cultural dos alunos. Valorizar os conhecimentos prévios dos alunos é um suporte com o qual eles irão construir novos saberes ou ampliá-los.
Contudo, na correria do cotidiano em função do cumprimento de minhas atribuições docente, essa importante fase do processo educacional é deixada de lado, ou para um segundo plano.
A partir dessa semana, passarei a contornar minhas ações neste sentido, não somente pensando no valor cognitivo que isso representará, mas na diferença que isso vai fazer na autoestima das crianças.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Rompendo o silêncio


Ao trazer o negro como tema de meu projeto, pensei em como elaborar uma proposta de trabalho diferenciada, que mostrasse a inserção do negro na sociedade de forma envolvente, séria e problematizada.
Achei os caminhos e montei essa proposta de trabalho alicerçada em três principais focos: Continente Africano, escravidão e ações previstas, realizadas por meio de discussão com os alunos.
Esta semana “rompi o silêncio” sobre o Continente Africano com a turminha, primeiro levantei os conhecimentos dos alunos sobre essa região, e para minha surpresa eles sabiam dados referentes à sua fauna e habitantes, mas pensei que iriam relatar as informações que a mídia costuma lançar como miséria e epidemias. Assistiram a um documentário e realizaram pesquisas no Labin, atividades com as quais se apropriaram de diversas informações, tais como: onde fica este continente, quais os povos que o habitam, hábitos, crenças, fauna, flora...
Resultado desse trabalho foi a montagem de um mural denominado “Continente Africano, o que eu sabia. O que eu descobri”.
Em sala de aula ofertei-lhes mapas, textos e imagens para reforçar esse estudo e também para iniciar o estudo sobre a escravidão no Brasil. Os valores das pessoas e das palavras proferidas tiveram espaço nas reflexões da semana através de debate e após a explanação do conto africano “Ynari, a menina das cinco tranças”.
Retornando ao primeiro parágrafo, um dos motivos que me levou a trazer o negro para ser objeto de estudo e reconhecimento, foi o fato dele ser o alvo mais visível de preconceito na atualidade, mas com os movimentos realizados esta semana, olhei em volta e percebi que não são somente os negros que sofrem preconceitos e discriminação, a sociedade que vivemos é preconceituosa, pois pratica a discriminação e atos de racismo com freqüência. Pois sabemos que são corriqueiros os atos que inferiorizam os que são diferentes de nós, seja pela beleza, inteligência, ou capacidade entre outros. Em sala de aula sei que meu papel é tentar resolver essa problemática, que é velada, mas exibe-se por meio de piadas e comentários tipo: “isso é coisa de negão”, com os quais ao alunos convivem diariamente na família e nos outros grupos que fazem parte.
Mas como criança depois que aprende ou constrói sua visão do que é certo e errado, a tendência dela é espalhar e cobrar para que os outros também pensem e ajam como ela, isto é, da maneira certa, ela vai mostrar aos outros que é necessário haver respeito entre as pessoas, pois cada um tem suas diferenças e essas devem ser respeitadas.
Em suma não é necessariamente na escola que vai ser ensinado o que é racismo, preconceito e discriminação, a escola será um braço forte no combate a esse drama, desde que os profissionais estejam devidamente capacitados e conscientizados da sua importância no processo, eu estou conscientizada e em busca de mais capacitação.