segunda-feira, 3 de maio de 2010

Rompendo o silêncio


Ao trazer o negro como tema de meu projeto, pensei em como elaborar uma proposta de trabalho diferenciada, que mostrasse a inserção do negro na sociedade de forma envolvente, séria e problematizada.
Achei os caminhos e montei essa proposta de trabalho alicerçada em três principais focos: Continente Africano, escravidão e ações previstas, realizadas por meio de discussão com os alunos.
Esta semana “rompi o silêncio” sobre o Continente Africano com a turminha, primeiro levantei os conhecimentos dos alunos sobre essa região, e para minha surpresa eles sabiam dados referentes à sua fauna e habitantes, mas pensei que iriam relatar as informações que a mídia costuma lançar como miséria e epidemias. Assistiram a um documentário e realizaram pesquisas no Labin, atividades com as quais se apropriaram de diversas informações, tais como: onde fica este continente, quais os povos que o habitam, hábitos, crenças, fauna, flora...
Resultado desse trabalho foi a montagem de um mural denominado “Continente Africano, o que eu sabia. O que eu descobri”.
Em sala de aula ofertei-lhes mapas, textos e imagens para reforçar esse estudo e também para iniciar o estudo sobre a escravidão no Brasil. Os valores das pessoas e das palavras proferidas tiveram espaço nas reflexões da semana através de debate e após a explanação do conto africano “Ynari, a menina das cinco tranças”.
Retornando ao primeiro parágrafo, um dos motivos que me levou a trazer o negro para ser objeto de estudo e reconhecimento, foi o fato dele ser o alvo mais visível de preconceito na atualidade, mas com os movimentos realizados esta semana, olhei em volta e percebi que não são somente os negros que sofrem preconceitos e discriminação, a sociedade que vivemos é preconceituosa, pois pratica a discriminação e atos de racismo com freqüência. Pois sabemos que são corriqueiros os atos que inferiorizam os que são diferentes de nós, seja pela beleza, inteligência, ou capacidade entre outros. Em sala de aula sei que meu papel é tentar resolver essa problemática, que é velada, mas exibe-se por meio de piadas e comentários tipo: “isso é coisa de negão”, com os quais ao alunos convivem diariamente na família e nos outros grupos que fazem parte.
Mas como criança depois que aprende ou constrói sua visão do que é certo e errado, a tendência dela é espalhar e cobrar para que os outros também pensem e ajam como ela, isto é, da maneira certa, ela vai mostrar aos outros que é necessário haver respeito entre as pessoas, pois cada um tem suas diferenças e essas devem ser respeitadas.
Em suma não é necessariamente na escola que vai ser ensinado o que é racismo, preconceito e discriminação, a escola será um braço forte no combate a esse drama, desde que os profissionais estejam devidamente capacitados e conscientizados da sua importância no processo, eu estou conscientizada e em busca de mais capacitação.

2 comentários:

Patricia Grasel disse...

Elisandra querida,

Adorei ler sua postagem e ter um pouco mais da sua prática de estágio compartilhada comigo.
Bem, minha questão para vc é algo que me chamou atenção da sua postagem que é referente: a pesquisa que os alunos realizaram no Labin, bem, então pergunto para vc que diferença fez os alunos pesquisarem na Internet ou no jornal? Qual o real sentido em levar os alunos para pesquisar no labin?
Quanto ao paínel que vc montou com seus alunos como foi, que materiais utilizou? Teria como fazer ele de forma digital e compartilhar no blog?
Elisandra minhas perguntas são na intenção de te provocar a usar as tecnologias para (re)significar sua prática pedagógica, ou seja, é usar para qualificar.

Bjo

Elisandra disse...

Oi, Patrícia fico feliz em compartilhar contigo o que venho ensinando e aprendendo durante este meu período de estágio.
Penso que o diferencial para os alunos em pesquisar na internet ou no jornal é a ampla variedade de informações que a primeira fonte de pesquisa oferece, já com a segunda os alunos dispõe de apenas uma “verdade”.
O painel foi construído pelos alunos com os tradicionais materiais escolares, (cola, papel colorido) frases e desenhos. Não havia pensado em elaborá-lo em forma digital, mas fica como sugestão para uma próxima postagem.
Penso que o sentido de levar os alunos ao Labin é a intenção de fazer com que eles percebam a importância das inovações e conquistas tecnológicas, e que possam trocar informações, através de pesquisa.
Abraço.